Clássica: Honda CBR 450SR era mais bela do que fera
Missão era brigar com a Yamaha RD 350, mas o resultado foi uma das nacionais mais belas já produzidas
Em meados dos anos 1980 os diretores da Honda receberam uma
nova pesquisa com os clientes. Pediam um novo modelo de média cilindrada
mais “jovial” do que a CB 450. Era necessário fazer frente à Yamaha RD
350, afinal havia um abismo de preço até a CBX 750F onde caberia um novo
modelo.
Assim nasceu a brasileira CBR 450SR: bela com sua carenagem integral,
pintada de branco com listras vermelhas (as outras versões tinham
listras azul-marinho ou cinza sobre pintura preta). E não era mera
maquiagem de uma CB 450.
A CBR era de fato uma nova moto desde o chassi, com vigas de seção
retangular prateadas como nas esportivas japonesas, só que reproduzidas
em aço em vez de alumínio. Rodas de liga leve de 17 polegadas com pneus
de perfil baixo proporcionavam uma agilidade que a CB nunca teria, até
porque todas as medidas do novo modelo eram menores.
Já os freios com discos ventilados e de maior diâmetro também tinham
pinças mais modernas, que garantiam reduções eficientes, enquanto o
amortecedor traseiro único assegurava mais precisão nas curvas. Sobrava
conjunto para o motor de 2 cilindros paralelos originário da
comportada CB 450.
Na CBR o ronco diferente vinha da ponteira única, e melhorias na
performance foram obtidas por modificações de cabeçote, comando de
válvulas e carburador a vácuo. Com ajuda de uma nova caixa de ar e seu
sistema de captação mais eficiente, o resultado foi a elevação da
potência de 43,3 cv para 46,5 cv às mesmas 8.500 rpm e queda do torque
de 4,3 kgf.m a 6.500 rpm para 4,2 kgf.m a 7.000 rpm. Permitia à CBR
atingir 100 km/h em 6s6 e alcançar 175 km/h.
Quem montava no banco notava o tanque de encaixe anatômico para as
pernas, a tampa embutida, semi-guidões mais baixos e um inédito painel
de três mostradores redondos com o conta-giros central. Nada que se
produzia no Brasil daquela época parecia tão sexy e contemporâneo.
Se por um lado o motor da CB não foi um avanço tecnológico e seguia
manso quando comparado ao da RD, isso faria da CBR uma moto
apropriada para mais motociclistas. Não era preciso domar as manhas do
motor de 2 tempos, nem conviver com a fumaça do óleo queimado em mistura
com a gasolina.
A surpresa foi o anúncio do preço no lançamento, que chegava ao dobro
do modelo da Yamaha. A esta altura a receita da nova Honda poderia soar
natimorta, mas o fato é que desde o começo diminuiu as vendas da RD e
se manteve à frente até a saída de linha da concorrente, em 1993.
O período de abertura das importações foi um choque principalmente
para os modelos nacionais de maior cilindrada, que estavam
tecnologicamente defasados diante das importadas. Não foi diferente com a
CBR, que resistiu até o começo de 1995 apenas com alterações em cores e
grafismos (como a unidade lilás das fotos).
https://www.revistaduasrodas.com.br/noticias/classica-honda-cbr-450sr-era-mais-bela-do-que-fera
Comentários
Postar um comentário