Conversas à Beira da Estrada #2 - Entrevista Miguel Tiago

O convidado deste episódio de Conversas à Beira da Estrada é o conhecido político, ex-deputado e geólogo Miguel Tiago. Foi a sua paixão pelas motos que o levou a encetar uma batalha política em prol do motociclismo, que culminou com a aprovação da que viria a ficar conhecida como a Lei das 125cc.

Grande devorador de quilómetros em moto e adepto das grandes Maxi-Trails, para o Miguel Tiago preparámos uma experiência aos comandos da nova Kawasaki Ninja 1000SX (clique para ver o nosso teste), uma moto turístico-desportiva, extremamente ágil e rápida, altamente tecnológica, equipada com acelerador eletrónico, quickshifter e cornering ABS, que prima por um excelente desempenho dinâmico e elevados níveis de conforto e segurança a bordo.

Para o acompanhar, o nosso jornalista Rogério Carmo voltou a desfrutar das mordomias proporcionadas pela Kawasaki Versys 1000 SE (clique para ver o nosso teste), uma Adventure Tourer igualmente dotada com as mais recentes inovações tecnológicas, que lhe conferem elevados padrões de conforto e segurança, mas que se revela extremamente fácil de conduzir e apta para grandes viagens com passageiro e bagagem.


Contou-nos o Miguel Tiago que o seu percurso no mundo das motos começou em 2004/05 e foi um pouco por necessidade que conheceu uma das suas maiores paixões. Tinha terminado o curso de geologia em Lisboa quando foi eleito deputado do PCP na Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Lisboa, o que implicava deslocações diárias entre Setúbal e Lisboa.

Comecei a ver a minha vida a andar para trás e então pensei, vou arriscar numa moto” – disse-nos o Miguel Tiago. Tirou a carta e comprou a sua primeira moto, uma Honda Transalp, para ver se se adaptava e, a partir daí vendeu o carro e deixou de usar qualquer outro tipo de transporte, fazendo actualmente entre 50 a 60 mil quilómetros por ano.

Miguel Tiago, embora sendo um utilizador das grandes Maxi-Trails, confessa-nos que a maior razão para esta escolha é a sua polivalência, porque na realidade até prefere motores mais desportivos. Para ele, as Maxi-Trails são exactamente o compromisso entre o conforto e a potência. 

Tanto consegue fazer grandes distâncias, suportando bastante carga e mantendo o conforto, como trajectos mais curtos do dia a dia, no meio do trânsito e sem grande dificuldade no estacionamento.

A sua maior viagem até hoje contou com cerca de 6000 quilómetros em 14 dias. Foi umaaventura pelo litoral do sul da Europa com destino à Eslovénia que lhe trouxe uma experiência para repetir.

Como não podia deixar de ser, o equipamento também foi assunto nesta nossa conversa e ficamos a saber que no dia a dia, para o Miguel Tiago, é imprescindível o uso de botas, casaco, luvas e capacete, sendo as calças a única coisa de que prescinde. Quando vai em viagem, o Miguel Tiago não descarta absolutamente nada, tendo até o hábito de usarintercomunicadores.

Falámos também sobre o uso obrigatório de equipamento e o Miguel Tiago é da opinião de ainda há um grande caminho antes da obrigatoriedade, que é o da consciencialização. 

O Ex-deputado acredita que a sensibilização deve ser feita, quer para o motociclista, quer para o automobilista, que ainda não está suficientemente sensibilizado para conviver com motos na estrada, pois o mundo das motos cresceu e a consciência sobre a moto ainda não cresceu na mesma proporção.


Conhecido no mundo das motos como o “Pai das 125”, o Miguel Tiago contou-nos sobre essa luta, que começou em 2006, para criar em Portugal uma lei semelhante àquela que já existia em outros países, inclusivamente abrigada por uma directiva da União Europeia, que habilitava os condutores com carta de carro a poderem conduzir motociclos com motores até 125cc.

Foi uma lei que demorou cerca de 3 anos a ser aprovada e que deu origem a muitos conflitos de interesses, chegando a ser acusado de ter “o sangue dos mortos nas mãos”.

Para o Miguel Tiago foi uma vitória enorme que superou as suas expectativas, porque houve muita gente a dar-lhe feedback de que ganhou tempo no seu dia. Além disso, em 2009, quando a lei foi aprovada, estávamos em plena crise financeira, com a Troika a chegar a Portugal e houve um boost no mercado das motos, fazendo com que o tecido das pequenas e médias empresas desse ramo conseguisse sustentar-se e ajudar a recuperar a economia do país.


Com a chegada do Covid-19, o Miguel Tiago acredita que o mundo das motos vai ganhar mais alguns adeptos, até porque a vontade das pessoas em se deslocarem depois da quarentena é muito grande e os transportes públicos, por motivos de segurança, podem não responder às necessidades, enquanto as motos são uma opção mais segura do ponto de vista da saúde, mais económica e mais eficaz.

Em desacordo absoluto com o actual modelo de inspecções automóveis, o Miguel Tiago acredita que vai continua a haver uma enorme pressão para a obrigatoriedade de inspecções aos motociclos, no entanto, insiste que deveria haver uma grande reforma no que diz respeito a este tema, nomeadamente o facto de não serem efectuadas pelo Estado e de não conferirem à entidade que inspeciona o veículo qualquer responsabilidade em caso de falha mecânica posterior e que, no caso das motos, é responsável por apenas 0,08% dos acidentes na estrada.

Terminámos esta entrevista com a promessa de vir a repetir uma viagem que lhe ficou marcada, que foi a ida a Córsega, e uma outra que será uma estreia, que é a ida ao continente Africano.


Não perca, no mesmo episódio, a recomendação da Bridgestone sobre a inspecção dos pneus da sua moto, nem a rubrica 10 rapidinhas, em que Miguel Tiago responde a 10 perguntas à queima-roupa!





https://www.andardemoto.pt/moto-news/50323-conversas-a-beira-da-estrada-2-entrevista-miguel-tiago/

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