Yamaha TX 500 foi modelo inovador ofuscado pela RD 350
Fabricante começava a apostar nos motores de 4 tempos, mas tinha concorrência dentro e fora de casa
No começo dos anos 1970 a Yamaha estava numa encruzilhada: a popularidade dos modelos com motores de 4 tempos crescia, especialmente no segmento de alta performance, mas a fabricante apostava nos motores de 2 tempos desde a fundação em 1955.
As normas de emissões também restringiriam o mercado dos motores que queimavam gasolina com óleo e a direção da Yamaha sabia que não poderia se fiar nessa tecnologia para sempre. Era preciso traçar uma nova estratégia, que poderia ser de substituição completa da linha ou ao menos parcial para iniciar uma transição.
Esta segunda alternativa foi a escolhida, e a Yamaha decidiu que os futuros modelos acima da RD 350 teriam motores de 4 tempos – com 2 cilindros como na RD e nas tradicionais inglesas. A família TX começou com as 650 e 750 e depois se expandiu no segmento médio com a 500, mais inovadora das três.
Era também a menos “comportada”, tinha comando duplo no cabeçote e 4 válvulas por cilindro que a faziam gostar mais de altas rotações. A tecnologia já vista nas pistas ainda era rara nas ruas, até nos modelos de 750cc.
Assim a TX 500 rendia até 48 cv, quase os 53 cv do modelo 650, e se aproximava de 180 km/h. Um segundo eixo balanceiro reduzia as vibrações e esteticamente ela se diferenciava do restante da família pelos abafadores do escapamento inclinados para cima, e não na horizontal.
A missão da TX 500, no entanto, era quase impossível. Custava 60% mais que a leve e nervosa RD 350 e até tinha o mérito de entregar performance equivalente à da Honda CB 500 Four, mas seu preço estava muito próximo ao da desejada 4 cilindros. A TX não chegava a ser 10% mais barata.
Em 1976 a TX 500 passou por uma grande reformulação, que incluiu novas rodas de liga leve, tanque resenhado e rabeta envolvente ao redor da lanterna traseira. Já a 650 havia mudado para segmento cruiser e a 750 evoluiu para a 3 cilindros XS.
Naquele momento o inevitável caminho seguido também pelas outras fabricantes foi a adoção de mais cilindros e capacidade cúbica para competir com o sucesso retumbante da Honda CB 750 e de suas derivações de menor cilindrada.
Por isso, somente no final da década a Yamaha lançou a XS 1100 com motor de 4 cilindros em linha que desenvolvia 95 cv de potência. A TX 500 saiu de linha e foi substituída pela XJ 650, também com 4 cilindros, que alcançava 71 cv.
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