Suzuki GSX1300R Hayabusa - O grande regresso do Falcão Peregrino de Hamamatsu
A Suzuki finalmente apresenta a nova geração da poderosa GSX1300R Hayabusa. Partindo da geração anterior, os engenheiros da casa de Hamamatsu trabalharam todos os aspetos técnicos da Hayabusa. O resultado pode ficar a conhecer aqui, com os detalhes técnicos e galeria de fotos.
Com a
Suzuki a tentar por todos os meios evitar as fugas de informação nos dias que
antecederam a apresentação mundial da terceira geração da GSX1300R Hayabusa, a
verdade é que essas fugas de informação aconteceram e ainda antes da abertura
das “portas virtuais” do Suzuki Motorcycle Global Salon, já se sabia qual seria
o aspeto da nova hiperdesportiva da marca japonesa.
Nascida em 1999 para conquistar o mundo das duas rodas através da potência do
seu motor quatro cilindros em linha, a Hayabusa está de regresso depois de uma
curta ausência. Um grande regresso do Falcão Peregrino de Hamamatsu!
Foi em 2016 que, devido à introdução de
regras de homologação mais restritas, a Suzuki Motor Company anunciou o fim de
produção da segunda geração da GSX1300R Hayabusa. Nesse momento os fãs
deste modelo viam partir uma das motos mais impressionantes, capaz de alcançar
velocidades fantásticas. O Falcão Peregrino da Suzuki parecia definitivamente
condenado a não voar mais...
Mas 2021 marca o início de uma nova vida, e a terceira geração da Hayabusa
promete elevar as prestações da hiperdesportiva de Hamamatsu.
No coração desta moto encontramos o quatro cilindros em linha. Ao contrário de
alguns rumores, a Suzuki optou por manter os 1340 cc e não aumentou a
cilindrada para valores acima dos 1400 cc. De acordo com a marca, durante o
desenvolvimento da nova GSX1300R Hayabusa os engenheiros testaram diversas
arquiteturas de motor: tetracilíndrico de maior cilindrada, motor turbo, ou até
mesmo um motor de seis cilindros!
A Suzuki manteve-se no entanto fiel ao motor que podemos traçar as suas origens
até à orginal Hayabusa de 1999. Isso significa que sendo agora compatível com
as normas Euro5, a sua performance de pico perdeu ligeiramente em comparação
com a geração anterior que nem sequer cumpria com a Euro4.
E quais são os números apresentados na ficha técnica da nova Suzuki Hayabusa?
A potência desce para os 190 cv às 9.700 rpm, enquanto o binário máximo de 150
Nm é 5 Nm menor do que na anterior geração, e é atingido às 7.000 rpm. Olhando
apenas para os números, podemos ficar com a impressão que o novo motor será
mais “fraco” do que o antigo. No entanto os gráficos de potência e binário
escondem outros detalhes.
A entrega de potência e binário é muito mais linear e "cheia" em comparação com a
anterior geração. Particularmente a médios regimes. Isto permite à nova
GSX1300R Hayabusa ser mais rápida dos 0-200 metros (6,8 segundos) e também a
atingir os 100 km/h a partir de parada: 3,2 segundos. A velocidade máxima
mantém-se superior aos 299 km/h, uma característica tão especial deste modelo.
Apesar desta geração Euro5 perder algo em termos de números para a anterior
geração Euro3, a Suzuki realizou grande alterações a nível interno. Muitos
componentes viram o seu peso reduzido e a resistência ao desgaste melhorada, o
que resulta numa fiabilidade bastante maior.
As principais novidades que encontramos no interior do motor de 1340 cc da
Suzuki GSX1300R Hayabusa são as seguintes:
- Árvores de cames de admissão e escape com perfil redesenhado para reduzir o
cruzamento de válvulas
- Mola das válvulas mais forte e abertura da válvula de escape maior
- Haste da válvula de comprimento ajustado
- Pistões redesenhados, peso reduzido em 26 gramas e utilização de furos
cónicos maquinados
- Pinos dos pistões de comprimento otimizado
- Bielas de peso reduzido em 3 gramas, mas rigidez aumentada
- Cambota com novas passagens de óleo
- Retentor de transmissão introduzido para facilitar os serviços de manutenção
- Rolamentos do veio de equilíbrio por agulhas, com comprimento alongado para
maior fiabilidade
- Nova came do seletor de caixa e respetiva placa para adoção do sistema de
quickshift bidirecional
- Batente do seletor de caixa que proporciona uma melhor sensação nas trocas de
caixa com o quickshift bidirecional
- Embraiagem passa a ser do tipo “Assist & Slip”, ou seja, com função
assistida e deslizante
- Largura dos rolamentos da transmissão revista
- Tensor de corrente da came redesenhado para minimizar desgaste da corrente
A alteração no desenho das passagens de óleo na cambota permitiu à Suzuki
melhorar em 54% a pressão e passagem do óleo para a bielas. Com melhor
lubrificação ganha-se fiabilidade. E sem necessidade de alterar a bomba de óleo
da geração anterior. Esta alteração deriva da tecnologia usada na GSX-R1000.
Por sua vez a redução do peso dos componentes internos, como é o caso dos
pistões ou bielas, permitiu eliminar grande parte das vibrações a alta
velocidade. Menos vibrações resulta também num menor desgaste mecânico dos
componentes.
Ainda no interior do motor encontramos um injetor secundário que agora injeta a
gasolina diretamente contra uma placa posicionada num ângulo no interior da
trompeta de admissão. O sistema conhecido como S-SFI – Suzuki Side Feed Injector,
permite criar uma maior vaporização do combustível que entra na câmara de
combustão.
O resultado da introdução do sistema S-SFI é uma mistura otimizada de ar /
gasolina, particularmente nos momentos em que o motor está em carga a alta
rotação. A consequência direta é uma combustão mais eficiente.
E para garantir que o motor recebe a quantidade de ar fresco necessária para
atingir a sua performance máxima, a Suzuki redesenhou por completo a admissão.
As entradas de ar posicionadas nos extremos da carenagem frontal fluem para uma
conduta mais compacta, mas ao mesmo tempo mais direta. Todo o desenho das
passagens de ar na admissão foi alterado, não apenas para garantir que o ar
fresco entra de forma mais rápida e em maior quantidade no motor, sem perder
pressão, mas também para criar uma sonoridade mais vincada da admissão nos
momentos de aceleração.
A caixa do fitro de ar adota uma construção com nervuras, o que aumentou a sua
rigidez e permitiu à Suzuki eliminar os suportes internos. Com este novo
desenho, a caixa de ar ganha maior volume, passando dos 10,3 litros para os
11,5 litros de capacidade.
E se do lado da admissão a Suzuki atualizou todos os componentes, o mesmo
podemos dizer do sistema de escape que permite que os gases saiam do motor.
A nova GSX1300R Hayabusa mantém o sistema de duas ponteiras laterais, uma em
cada lado. Uma solução que se mantém desde a primeira geração. No entanto os
coletores e ponteiras desta nova geração pouco têm a ver com a antiga.
Os coletores dos cilindros 1 e 4 estão agora ligados entre si por um novo tubo.
Os cilindros 2 e 3 já estavam ligados na geração anterior. Com esta alteração,
e sem esquecer a introdução de um catalisador de duas etapas, com um primeiro
catalisador posicionado antes da divisão dos coletores intermédios para cada
ponteira, e dois pequenos catalisadores introduzidos no interior de cada
ponteira, permite cumprir com as normas Euro5, melhorar a resposta nas
passagens de baixos para médios regimes, mas, mais importante, a Suzuki anuncia
uma redução de peso superior a 2 kg!
A suportar o motor encontramos um quadro dupla trave e um braço oscilante que
são uma evolução da estutura da geração anterior. Tanto o quadro como o braço
oscilante são fabricados em alumínio. No entanto a Suzuki opta por misturar
duas formas de construção: por fundição e por extrusão.
Este segundo método é habitualmente utilizado nos supercarros. É mais
dispendioso, mas garante que a estrutura apresenta o equilíbrio definido. No
caso da nova GSX1300R Hayabusa a distribuição de pesos é perfeita entre os dois
eixos, o que por sua vez contribui para garantir que o condutor sente
estabilidade e a sensação de que a Hayabusa vai colada ao asfalto mesmo a mais
de 299 km/h.
Convém também realçar que a Suzuki redefiniu a posição de condução. Mantendo o
condutor descaído sobre o enorme depósito de 20 litros de capacidade, o condutor
vai agarrar os punhos que estão mais perto de si em 12 mm. Esta modificação na
posição dos punhos reduzi a fadiga nas longas viagens, e ao mesmo tempo permite
que o condutor adote uma postura de maior controlo nos momentos de travagem e
em curva.
Para ajudar o quadro a suportar o esforço a Suzuki optou por se manter fiel a
um conjunto de suspensões convencionais, não optando pelas suspensões
eletrónicas.
Assim, a nova GSX1300R Hayabusa conta com uma forquilha Kayaba com bainhas de
43 mm, totalmente ajustável. O interior das bainhas tem tratamento DLC para
reduzir a fricção, resultando numa compressão e extensão suave. No eixo
traseiro o amortecedor Kayaba é também totalmente ajustável, e conta com
afinações específicas para maximizar a estabilidade sem prejudicar a
manobrabilidade a baixa velocidade.
A travagem está a cargo de um conjunto de pinças Brembo Stylema, monobloco e de
quatro pistões, pintadas de preto para um “look” mais agressivo, que mordem
agora dois discos de 320 mm e que apresentam um padrão de furos otimizado para
melhorar o arrefecimento dos travões. O travão traseiro é uma pinça Nissin de
dois pistões.
A cobrir toda esta estrutura encontramos um conjunto de carenagens que foi
profundamente trabalhado a nível aerodinâmico. Sem perder a ligação com as
anteriores gerações de 1999 e 2008, a nova GSX1300R Hayabusa apresenta-se com linhas
mais atuais e agressivas.
Através de aprofundados estudos em túnel de vento e usando as mais avançadas
técnicas de análise por computador, a Suzuki evoluiu a aerodinâmica da
Hayabusa. A carenagem frontal conta com pequenas extensões que protegem as mãos
do vento, enquanto nas laterais pequenos defletores desviam o ar das pernas do condutor
a alta velocidade.
De acordo com a Suzuki, a nova Hayabusa mantém-se no “top 3” das desportivas
com melhor coeficiente de arrasto. Uma característica essencial numa moto
pensada para atingir velocidades superiores a 299 km/h.
E para controlar, ou ajudar a controlar a moto a alta velocidade, a Suzuki
criou um pacote eletrónico bastante avançado.
Graças à introdução de uma unidade de medição de inércia de 6 eixos a marca
japonesa aplica à GSX1300R Hayabusa tecnologia bastante avançada. O Suzuki
Intelligent Ride Sistem – SIRS é a denominação do pacote de opções eletrónicas
que podem ser ajustadas através dos novos comandos que o condutor tem à
disposição nos punhos.
O SDMS-a – Suzuki Drive Mode Selector Alpha permite selecionar um de três modos
de condução pré-definidos. Modo A (Active), modo B (Basic) e modo C (Comfort).
Cada um destes modos ajusta automaticamente os parâmetros de potência do motor,
controlo de tração, controlo “anti wheelie”, controlo do efeito travão motor, e
ainda a sensibilidade do quickshift bidirecional.
Para além dos três modos referidos, a Hayabusa permite que o condutor defina
outros três modos de condução, totalmente personalizáveis, para usufruir de uma
experiência de condução ainda mais pessoal.
Os modos de potência do motor dividem-se em 3 níveis: 1 é o modo mais
agressivo, com a potência a ser disponibilizada em toda a sua plenitude e de
forma mais contundente, em modo 2 a potência máxima também é atingida mas de
uma forma mais suave, enquanto modo 3 reduz a potência, o que será perfeito
para conduzir em situações de aderência reduzida.
O controlo de tração Motion Track Traction pode ser ajustado em 10 níveis de
intervenção. E para os puristas, pode inclusivamente ser desligado. Quanto mais
elevado o número do controlo de tração, mais rapidamente o sistema irá intervir
quando deteta perda de aderência ou estabilidade. O sistema deriva da
tecnologia desenvolvida para competir em MotoGP e que ajudou Joan Mir a ser
campeão em 2020, e graças à unidade de medição de inércia é ainda sensível à
inclinação.
O sistema “anti wheelie” pode ser ajustado em 10 níveis de intervenção. Quanto
mais alto o valor, menos o sistema permite que a roda levante do asfalto em
aceleração. De acordo com a Suzuki, em nível 10 será virtualmente impossível
levantar a roda dianteira do asfalto, mesmo com passageiro.
O efeito de travão motor pode ser ajustado em 3 níveis de intervenção. Quanto
mais elevado o valor, menos efeito travão motor o condutor vai sentir nas
desacelerações, e assim a entrada em curva será mais suave, ao mesmo tempo que
a embraiagem deslizante digere os excessos nas reduções de caixa mais
agressivas.
Já o quickshift bidirecional oferece dois modos de funcionamento: modo 1 mais
agressivo, para trocas de caixa ao estilo das MotoGP, enquanto em modo 2 as
trocas são mais suaves e requerem menos esforço no seletor de caixa.
Ainda nas opções eletrónicas de ajuda à condução, encontramos na nova Suzuki
GSX1300R Hayabusa opções como “cruise control” e limitador de velocidade,
sistema de controlo de arranque (launch control) de três modos para arranques
perfeitos em pista, sistema Suzuki Easy Start ou ainda o Suzuki Low Assist RPM,
que aumenta ligeiramente as rotações quando arrancamos para evitar que o motor
vá abaixo.
A nível eletrónico temos ainda de referir que a nova Hayabusa conta com um
sofisticado sistema de ABS. Não só o ABS é sensível à inclinação, e portanto modula
a sua intervenção de acordo com os dados recolhidos pela unidade de medição de
inércia da Bosch, como tem a função combinada. Neste caso a travagem é distribuída
entre a roda da frente e a traseira, para melhorar a estabilidade do conjunto.
Na travagem temos ainda de destacar o sistema de controlo de travagem em descida.
Este sistema evita que a roda traseira descole do asfalto quando travamos numa
descida. De referir que nos arranques em subida a Hayabusa tem como equipamento
de série o sistema de controlo de arranque em subida.
Todos estes sistemas eletrónicos podem ser ajustados e visualizados no
redesenhado painel de instrumentos.
Ao contrário da tendência atual no mundo das duas rodas, a Suzuki optou por
manter um painel de instrumentos de desenho mais clássico, com os habituais
mostradores redondos analógicos, mas que agora têm ao centro um ecrã TFT a
cores onde as mais diversas informações são apresentadas.
É neste ecrã que o condutor é recebido por uma animação gráfica de boas-vindas
quando liga a ignição através da chave personalizada com o logótipo kanji
Hayabusa. O ecrã, de forte luminosidade, pode apresentar a informação relativa
ao sistema SDMS-a (modos de condução), ou então pode apresentar informações de
condução ativas.
Neste segundo caso o condutor ganha acesso à leitura do ângulo de inclinação
com indicador de ângulo máximo atingido, pressão de travão dianteiro e
traseiro, força de aceleração e travagem, e posição do acelerador em tempo
real.
Uma última nota para o facto de toda a iluminação ser agora integralmente em LED.
Se na dianteira a grande ótica adota uma forma menos arredondada, sendo ladeada
por luzes diurnas em LED que funcionam igualmente de intermitentes, na traseira
encontramos uma luz de travão totalmente nova, de design futurista.
A nova Suzuki GSX1300R Hayabusa estará disponível nos concessionários em breve,
com o importador nacional Moteo Portugal a revelar que ainda não há preço
definido para este modelo.
As cores disponíveis são três:
Glass Sparkle Black e Candy Burnt Gold, Mettalic Mat Sword Silver e Candy
Daring Red, ou ainda o Pearl Brilliant White com Mettalic Stellar Blue.
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