Rokon usa tração nas duas rodas para ir a lugares remotos


Criação americana é produzida há 60 anos para vencer obstáculos em locais de difícil acesso  

A Rokon é um daqueles veículos off-road que vemos pessoas usando em documentários sobre a vida em regiões remotas, como o Alasca. Leva o dono por trilhas para caçar e carrega equipamentos pela propriedade superando obstáculos. 

Fabricada nos Estados Unidos desde 1960, tem estrutura de moto e tração integral nas duas rodas para movimentar os largos pneus off-road. Não por acaso foi chamada de “moto-trator” na publicidade brasileira, quando chegou ao país na década de 1970 mirando pequenos proprietários rurais. Mesma proposta dos atuais quadriciclos e seus precursores triciclos.

Unidades vendidas no Brasil como a das fotos custavam pouco menos que uma moto convencional de 125cc. Em caso de falta de aderência, como nos aclives cobertas por mato ou lama, as rodas de alumínio ocas podiam ser abastecidas com água por um orifício, a pressão do pneu contra o solo.

O peso seco da Rokon (pronuncia-se “rock on”) era de apenas 84 kg, menos que uma moto de baixa cilindrada. Para se diferenciar dos atuais quadriciclos, ATVs e UTVs em tempos de preocupação com o meio-ambiente a empresa argumenta que os pneus deixam uma “pegada” no terreno menor que a humana.

No início não havia concorrente com proposta similar e a preocupação ecológica ainda estava por vir. Prova disso era o motor de 2 tempos que queimava a mistura de gasolina com óleo: rendia 10 cv a 8.000 rpm com 134cc, tinha câmbio CVT e um seletor de 3 velocidades para carregar mais peso (como uma marcha reduzida) ou atingir a velocidade máxima de 40 km/h.

A tração dianteira foi obtida posicionando um eixo cardã que sai do conjunto motriz e passa por baixo do tanque até um eixo transversal acima da roda. Nesse eixo há um pinhão para o sistema de transmissão final por corrente, e o sistema de freio a disco.

Mais que uma moto com tração nas duas rodas, a Rokon foi desenvolvida para ser um veículo com múltiplas possibilidades de aplicação fora das zonas urbanas. À esquerda, um pequeno eixo ligado ao câmbio pode ser acoplado a uma bomba ou gerador transformando a moto em motor estacionário. Também vinha com engate traseiro para rebocar até 700 kg, capacidade de carga equivalente à de uma picape leve.

Duas Rodas avaliou a Rokon em 1976 como “um veículo muito fácil de dirigir (principalmente pela embreagem automática)”. E acrescentava que “obstáculos como lama e subidas íngremes começam a ser enfrentados com uma facilidade dificilmente encontrada nas melhores motos de fora de estrada.”

Hoje com motor da 4 tempos, a Rokon é vendida nos Estados Unidos por preço similar ao do Honda Fourtrax 4x4. Outra inovação das versões mais caras foi a adoção de suspensão dianteira para aumentar o conforto ao guidão, uma vez que o projeto original conta apenas com os avantajados pneus para amortecimento. 





https://www.revistaduasrodas.com.br/noticias/rokon-usa-tracao-nas-duas-rodas-para-ir-a-lugares-remotos

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