Top11 motos que tiveram vida curta no Brasil
Ninguém tem bola de cristal, nem mesmo as maiores empresas e suas caras pesquisas e projetos de viabilidade antes de trazer um produto ao mercado local. Assim, um lançamento sempre é, de certa forma, uma aposta. E nem sempre é possível vencê-la.
E assim determinadas motos podem não fazer sucesso num local ou época específicos. Modelos (às vezes ótimos) podem se tornar fracassos de vendas por diversos motivos e simplismente sumir das concessionárias de uma hora para outra. Por isso, vamos lembrar 11 motos que tiveram vida curta no Brasil.
Motos que tiveram vida curta no Brasil
Aqui vamos falar apenas de motocicletas japonesas, de diferentes épocas e segmentos. Vale lembrar que há algum tempo criamos um material específico sobre a Honda, mostrando 6 motos que saíram de linha e você nem viu. Veja 11 motos orientais que não fizeram sucesso por aqui.
Motos que tiveram vida curta no Brasil | |||
Modelo | Marca | Ano | |
1 | CTX 700 | Honda | 2014 |
2 | Inazuma | Suzuki | 2014 a 2016 |
3 | D-Tracker X | Kawasaki | 2010 a 2011 |
4 | Freewind | Suzuki | 1999 a 2003 |
5 | TL 1000S | Suzuki | 1997 a 2002 |
6 | Katana 125 | Suzuki | 1996 a 2002 |
7 | Majesty 250 | Yamaha | 1998 |
8 | Super Hawk (Firestorm) | Honda | 1997 a 1998 |
9 | Magna 750 | Honda | 1994 a 1998 |
10 | TRX 850 | Yamaha | 1997 |
11 | TDR 180 | Yamaha | 1988 a 1993 |
Nossa lista de motos que não fizeram sucesso no Brasil poderia ser até maior, mas já é rica, com exemplos de diferentes modelos dentro do Big Four japonês. Honda, Kawasaki, Suzuki e Yamaha, claro.
Algumas vieram ao país e saíram de produção tão rápido que você nem soube que um dia já estiveram aqui, como as Yamaha Majesty 250 e TRX 850. Também há aquelas que permaneceram muitos anos, mas com número de vendas tão baixo que provavelmente você nunca viu uma rodando, como as Suzuki Katana 125 e TL 1000S.
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Porque as motos saem de linha
Há diversos motivos para uma moto sair de linha, então não basta dizer que ‘estas motos tiveram vida curta no Brasil porque não fizeram sucesso’, ou porque ‘não eram boas’. Algumas eram fantásticas, inclusive.
O motivo mais comum, claro, é a baixa adesão do mercado. Quando uma montadora traz um produto há uma expectativa de venda, um número mínimo de unidades/ano que precisam ser comercializadas para que aquele projeto se viabilize. Se for abaixo disto a empresa tem prejuízo.
E aqui há muitas variantes. A moto pode não fazer sucesso por ter uma desvantajosa relação custo e benefício ou pela má reputação de sua qualidade técnica. Ou porque a marca falha na estratégia de marketing e o público desconhece aquele produto. Ou, ainda, porque o mercado não compreende a proposta da moto ou não está aberto o suficiente para ela.
Aliás, a Yamaha sofreu bastante deste mal. A marca investiu insistentemente nos scooter nos anos 1990, trazendo opções de diferentes tamanhos e propostas ao país. Porém, o brasileiro só viria a se interessar pelas automáticas vinte anos depois.
O fim das custom
Outra razão comum para uma moto sair do mercado é a estratégia da fabricante a nível internacional, assim como as próprias regras locais – como sobre emissões e poluentes. E foi um misto destes dois fatores que evaporou as custom da Honda do país no início dos anos 2000, marcando o fim de sucessos como as Shadow 600 e 750.
1 – Motos que tiveram vida curta: Honda CTX 700
A CTX 700 chegou com muita audácia e uma proposta nova. Trazendo no nome comfort, technology and experience ela queria aliar a ciclística tradicional das motos custom a um conjunto inédito, econômico, leve e com bom desempenho.
Na teoria era a ideia era ótima, mas na prática o produto acabou não agradando nem os fãs de custom – que preferiram modelos maiores e mais beberrões – tampouco quem buscava inovação. Ficou apenas um ano por aqui, 2014. Movida pelo motor da NC 750X ela segue à venda em outros mercados. Veja sua ficha técnica e o teste.
2 – Inazuma, uma moto Suzuki 250
A Inazuma tinha visual inspirado na B-King, o que lhe rendeu o apelido de ‘Baby King‘. Além disso, é mais um modelo desenvolvido pela parceria Haojue e Suzuki – assim como ocorre com boa parte das ‘Suzuki’ de até 250 cilindradas.
E tinha seus trunfos. Era confortável e movida por um motor de dois cilindros em linha, com 25,7 cv a 8.000rpm e 2,4 kgfm de torque a 7.000rpm. Seu painel era completo e o nome descolado, pois significa ‘relâmpago’ em japonês. Mas não resistiu à concorrência no então crescente segmento das ‘pequenas’ naked e esportivas. Vendeu menos de 1.000 unidades entre 2015 e 2016.
3 – Kawasaki D-Tracker, uma supermoto que não bombou
Feche os olhos e volte 10 anos no tempo. Modelos supermoto fazem sucesso no país e opções como a Yamaha XTZ 250X (a irmã da Lander) são procuradas por um grande público. A Kawasaki tinha um belo produto no exterior e pensou que era a hora certa de trazê-lo. Era a D-Tracker X.
Rodas raiadas de 17 polegadas, suspensão dianteira invertida (com 230 mm de curso) com regulagens e um grande disco de freio de 300 mm na dianteira mostravam que ela não estava para brincadeira. O motor era arrefecido a líquido, de 249 cm³ e entregava 22 cv a e 2,1 kgf.m de torque. Ainda tinha painel digital, injeção eletrônica e câmbio de seis marchas.
Porém, seus atributos não foram suficientes para evitar que caísse na lista de motos que tiveram vida curta no Brasil. Assim a D-Tracker ficou por aqui apenas dois anos e emplacou míseras 377 unidades.
4 – Motos que tiveram vida curta: Suzuki Freewind
A Suzuki sempre teve boas motos aventureiras e seus produtos vão muito além das V-Strom. A Freewind 650 esteve por aqui de 1999 a 2003. Além do porte de ‘moto grande’, chegou com mimos como painel digital, suspensão com reservatório de gás e freios a disco nas duas rodas.
Era um belo upgrade para quem vinha de motos como as 350 Sahara ou XLX. Tinha o motor da DR 650, com 644 cm³, 47 cv e belos 5,3 kgf.m de torque. Confortável, tinha top speed acima dos 170 km/h reais. Mas não caiu no gosto popular e teve números tímidos de vendas. Veja o review do modelo.
5 – Suzuki TL 1000S: mais de 100 cv, zero em popularidade
No final dos anos 1990 as japonesas decidiram apostar em novas variações no segmento das sport touring. Eram motos grandes, com potentes motores de dois cilindros, visual agressivo – mas aerodinâmico – banco bi partido, escapamentos imensos e tecnologia de ponta. Vamos falar de três modelos aqui e o primeiro é o Suzuki TL 1000S.
Era um orgulho da Suzuki na época, e nós entendemos. Trata-se de uma moto de 125 cv, com motor de 2 cilindros em V, e pouco mais de 180 kg, capaz de chegar aos 300 km/h de velocidade final. E ainda tinha o apelo visual, fruto da bela semi carenagem. Porém, não emplacou. Em seu ano de despedida, por exemplo, comercializou apenas seis unidades.
6 – Street com motor de Intruder, eis a Katana 125
Nossa lista de motos que tiveram vida curta com outra Suzuki. A Katana 125 foi mais uma das muitas apostas da marca para encarar as líderes Honda e Yamaha no segmento de 125 (hoje, de 150 e 160) cilindradas.
Seu nome era forte, remetendo a um ícone da Suzuki. E o conjunto era honesto, movido pelo motor de 125 cilindradas e 14 cv da já conhecida Intruder. Ainda tinha partida elétrica e freio a disco com acionamento hidráulico na dianteira. A Suzuki insistiu, mas o brasileiro não quis ouvir os atributos do modelo. Assim, ficou em produção de 1996 a 2002.
7 – XMax 250? Conheça outro scooter Yamaha 250
Se fosse lançado hoje, o Majesty 250 poderia fazer sucesso. Era um dos principais modelos globais da Yamaha no fim dos anos 1990, tinha visual moderno, banco confortável, boa proteção aerodinâmica e motor monocilídrinco de 20 cv e 2,3 kgf.m de torque.
Porém, veio cedo demais. Naquela décadas o brasileiro ainda não estava aberto a ouvir a proposta dos scooter, fosse um belo Majesty ou um pequeno Jog 50. Saiu de linha ainda em 1998.
8 – Motos Honda que você não conhece: Super Hawk
Lembra da Suzuki TL 1000S? Então, esta era sua rival da Honda. A Super Hawk (ou Firestorm) era tão fascinante quanto a concorrente e seguia uma receita bem similar. Era movida por um motor de dois cilindros em V, de 996 cm³, que gerava 110 cv e 10 kgf.m de torque.
E era inovadora. Utilizava garfo e amortecedor HMAS (Honda Multi-Action System) e deu início a novos conceitos de design da Honda – incluindo o quadro semipivotless, onde o motor era parte do braço oscilante parafusado diretamente a ele. Independente de tudo isso, não fez sucesso. Chegou num ano e disse adeus no seguinte.
9 – Motos custom Honda além da Shadow, eis a Magna 750
A Shadow é uma das mais famosas motos Honda no Brasil. Com as versões 650 e 750 a custom surfou na era dourada do segmento no país e emplacou dezenas de milhares de unidades. Quem não construiu a mesma fama, porém, foi a ‘prima’ Magna 750.
Se a ciclística tinha lá seus poréns, ninguém reclamava da falta de motor. Ela era movida por um quatro cilindros em V herdado da esportiva VFR 750 que despechava quase 90 cv e mais de 7 kgf.m de torque a quem tivesse coragem de torcer todo o punho – saiba mais aqui. Saiu do mercado após apenas cinco anos nas lojas.
10 – Motos que tiveram vida curta: Yamaha TRX 850
Depois de Honda e Suzuki, é a vez da Yamaha entrar na briga entre as esportivas semi carenadas. Na verdade foi o contrário, pois ela veio um ano antes das concorrentes, em 1997. E foi embora no mesmo calendário.
Tinha motor de dois cilindros em linha, de 849 cm³, DOHC e arrefecimento a líquido. Alimentado por um único carburador, gerava 80 cv e não tinha comodidades como as touring de hoje, como freios ABS. Fez companhia a ‘prima’ Yamaha TDM 850, à venda entre 1993 e 2001.
11 – Motos que não fizeram sucesso, TDR 180
Em 1981 a Yamaha lançou a DT 180, que logo se tornaria um de seus maiores sucessos no país. Moderna, leve e potente aos padrões da época, ela democratizou o off road no país, era onipresente em corridas e trilhas e fazia sucesso na buraqueira do trânsito. Resistiu até o fim da era 2T no Brasil, em 2000, após evoluir para DT 200R.
Embalada pelo notável sucesso da sua on off road, a marca decidiu criar uma versão mais voltada ao asfalto, com pegada fun bike. Era a TDR 180. Além do motor 2 cv mais potente (então, com 18 cv), tinha carenagem frontal e visual exclusivo, mais refinado. Tinha tudo para ser outro sucesso, mas o público não gostou. Saiu de linha com cinco ano de mercado e poucas unidades nas ruas.
https://www.motonline.com.br/noticia/top11-motos-que-tiveram-vida-curta-no-brasil/
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