Estrada Real - Encantos de Minas

Viagem de moto pela Estrada Real - Brasil

ESTRADA REAL

Durante seis dias, três motociclistas mineiros percorreram de moto os caminhos e trilhas da Estrada Real entre Diamantina, MG e Paraty, RJ, totalizando 994 km, sendo 80% deles em estradas de terra. Acompanhe o diário detalhado dessa bela viagem de moto pela história do Brasil.

Os Viajantes

Viagem de moto pela Estrada Real - AdeildoAdeildo Rodrigues Costa
Contador
E-mail: adeildorodrigues@hotmail.com
Cidade: Governador Valadares – MG.
Moto: Honda / Tornado XR 250 ano: 2007
Viagem de moto pela Estrada Real - Brasil - Tornado
Viagem de moto pela Estrada Real - DanielDaniel Gerhard Batista
Contador
E-mail: gerhardbatista@hotmail.com
Cidade: Manhuaçu – MG.
Moto: Honda / Tornado XR 250 ano: 2007 
Viagem de moto pela Estrada Real - Brasil - Tornado
Viagem de moto pela Estrada Real - MiltonMilton Mendes Botelho
Contador
E-mail: miltonconsultoria@hotmail.com
Cidade: Governador Valadares – MG.
Moto: Honda / NX Falcon 400 ano: 2006
Viagem de moto pela Estrada Real - Brasil - Falcon

Programação

Saída de Governador Valadares para Diamantina - MG: dia 17 de abril. Motos no trolete. período de poucas chuvas e ainda não está frio.
Saída de Diamantina – MG: dia 18 de abril.
Chegada prevista em Paraty – RJ: dia 23 de abril.
Distância a ser percorrida: 994 km – 80% em estrada de terra.
Retorno a Governador Valadares – MG: dia 25 de abril.
Equipamentos levados: Celular, máquina fotográfica, mapas, diário e caneta, óleo de lubrificar corrente, canivete suíço, corda de nylon, camisas oficiais com nome da expedição, produto de encher pneu, remédios, capa de chuva, roupas adequadas e mochilas para garupas.
Viagem de moto pela Estrada Real - Brasil

A Viagem

O termo Estrada Real se refere aos caminhos trilhados pelos colonizadores desde a descoberta do ouro em Minas Gerais, até o período de sua exaustão. Estas vias eram as únicas de acesso à região das reservas auríferas e diamantíferas da capitania das Minas Gerais autorizadas pela Coroa Portuguesa. Os caminhos reais adquiriram, já a partir da sua abertura, natureza oficial. A circulação de pessoas, mercadorias, ouro e diamantes era, obrigatoriamente, feita por esses caminhos, constituindo crime de lesa-majestade a abertura de novos trajetos.
Foram trilhados dois caminhos: o velho (Diamantina - MG a Paraty – RJ) e o novo (Diamantina – MG a cidade do Rio de Janeiro) onde as embarcações da Coroa Portuguesa estavam atracados, esperando a carga. Também alguns piratas, inclusive alguns deles estão perdidos até hoje no Rio de Janeiro.
O nome Estrada Real passou a se referir, assim, àquelas vias que, pela sua antiguidade, importância e natureza oficial, eram propriedade da Coroa metropolitana. Durante todo o século XVIII, e também em parte do XIX, quando a era mineradora já se fora e os caminhos se tornaram livres e empobrecidos, as estradas reais foram os troncos viários principais do centro-sul do território colonial.
Quando começamos a planejar essa viagem de moto pela Estrada Real, decidimos pelo caminho velho iniciando em Diamantina com destino a Paraty, aproximadamente 1000 km. Imaginamos que um passeio nessa estrada é um retorno na história, é voltar no tempo dos tropeiros que chegavam em seus cavalos e os nativos que faziam festa com a chegada da tropeirada.
Quando falávamos de nossa aventura, éramos surpreendidos por alguns, dizendo, "vocês são loucos, andar de moto é muito perigoso, andar por estradas que vocês não conhecem" e as recomendações continuavam. Mas, nossas esposas e filhos incentivaram. Nos preparamos e partimos. Cada quilômetro foi uma emoção diferente, rico de tesouros históricos, culturais e de belezas naturais impressionantes, que passaremos a relatar.
Fonte de pesquisa: Texto de Márcio Santos - Pesquisador de rotas históricas, autor de Estradas Reais: introdução ao estudo dos caminhos do ouro e do diamante no Brasil (Belo Horizonte: Editora Estrada Real, 2001)



No dia 17 de abril iniciamos nossa aventura. Com as três motos já amarradas no reboque, despedimos-nos da família e na companhia do nosso amigo João Eustáquio (Piriá), seguimos para Diamantina.
Viagem de moto pela Estrada Real - junta de boiJá no início da viagem, entre as cidades de Virginópolis e Guanhães, deparamos-nos com três trabalhadores rurais conduzindo uma junta de bois puxando um carro de boi. Parece que já estávamos na Estrada Real, pedimos para fotografar, quando mostramos a máquina digital com as fotos, ficaram espantados, pois nunca haviam visto aquilo, "Tozinho, sua foto tá aqui ó" percebemos duas realidades bem distantes.
Chegamos a Guanhães às 11h50min e resolvemos almoçar. Seguimos viagem em ritmo moderado, considerando que as motos eram muito peso para o nosso carro.

Diamantina (ponto de partida da expedição – Estrada Real)

Viagem de moto pela Estrada Real - Diamantina
Chegamos a Diamantina à tarde e começamos a pesquisar e encontrarmos a "Pousada da Seresta", muito boa e fizeram um preço muito bom. A Marlene e o Arlindo, que de lindo não tem nada, foram muito simpáticos. As motos foram guardadas na garagem e aproveitamos para fazer uma verificação geral nelas.
Fizemos um city tour pela cidade, visitamos o centro, mercado velho, casa da glória (passadiço azul) Igreja do Rosário, Igreja das Mercês, enfim, demos uma circulada geral pela cidade, que é linda. Retornamos para a pousada para planejarmos a viagem do dia seguinte. Depois do planejamento concluído, saímos para jantar e depois descansar para pegar a Estrada Real no dia seguinte.
Diamantina merece destaque pela sua importância na história de Minas e do Brasil, divisor das águas das bacias do Rio São Francisco e Jequitinhonha na Serra do Espinhaço. Seus terrenos constituídos de quartizito e filito favoreceu as grandes explorações de diamante no passado, porém originou solos pobres e muito permeáveis desenvolvendo-se na região uma vegetação de campo rupestre.


Primeiro dia de moto na Estrada Real. Partimos de Diamantina às 08h45min com destino a Milho Verde. A estrada é muito acidentada e com muito cascalho solto, perigosa. Qualquer freada brusca e a moto pode derrapar, por isso, seguimos em velocidade moderada.
Encontramos neste trecho riachos de águas claras, tropeiros e seus burros carregados com lenha, perdizes correndo pelas pedras.
Chegamos a Milho Verde, um povoado famoso pela tranqüilidade do lugar e do seu povo receptivo. Parece que o tempo parou. Entramos numa venda e tomamos café, conversamos, visitamos a igrejinha que faz parte de uma paisagem maravilhosa.

Um quilômetro depois de Milho Verde, visitamos a Cachoeira do Carijó. Passamos alguns minutos apreciando as quedas d'água e depois seguimos viagem rumo ao Serro. Nossa chegada naquela cidade foi na hora de almoçar, então procuramos um bom restaurante no centro da cidade e experimentamos uma deliciosa comidinha mineira.
Seguimos para Conceição do Mato Dentro. A saída de Serro é fácil, a estrada é de terra batida e muito cascalho solto, também muita poeira, em alguns trechos formam-se umas poças de poeira. Em uma dessas o Daniel sofreu uma queda, quebrando o retrovisor da moto, mas ele saiu ileso, sem nenhum arranhão, só susto.
Chegamos a Conceição do Mato Dentro, visitamos duas Igrejas e um balneário, ou seja, uma barragem onde fica uma bica d'água, muito boa para banhar.

Em Conceição do Mato Dentro fica a famosa cachoeira do Tabuleiro, a 23 km do centro da cidade, fora da nossa rota programada. Por isso, deixamos para uma outra oportunidade. À tarde chegamos a Morro do Pilar, uma cidadezinha muito atraente, limpa, povo hospitaleiro, paramos no centro e encontramos o mecânico "Moranguinho" uma simpatia. Conversamos um pouco e resolvemos seguir para Itambé do Mato Dentro, onde pretendíamos encerrar nossa viagem desse dia.
Neste trecho apreciamos belas paisagens ao entardecer. Em um determinado percurso, havia chovido, a Falcon não se comportou bem, em situação de chuva em estrada de terra é bastante prejudicada.
Chegamos ao nosso destino anoitecendo. Hospedamos no Hotel Estrela e, depois de um banho, fizemos o planejamento do dia seguinte, que era chegar a Ouro Preto. Em seguida, jantamos um franguinho caprichado.


Nosso dia começou com o abastecimento das motos. Depois continuamos nossa viagem de moto pela Estrada Real rumo a Senhora do Carmo e Ipoema (Distrito de Itabira). A estrada nesse trecho estava boa, mesmo com cascalho solto conseguimos impor um ritmo melhor.
Chegamos a Senhora do Carmo e estacionamos na praça central de frente à Igreja. Aliás, todas cidades têm como uma das principais atrações as Igrejas. Despertamos a curiosidade de algumas pessoas, que se aproximaram, admirando as motos.
Em Ipoema também visitamos a Igreja e a praça, mas não demoramos muito. Seguimos rumo a Cocais. A estrada nesse trecho estava mal conservada até chegar à BR 381, próximo a Churrascaria H7 e o Restaurante Campolar (parada do avião). A estrada melhora após a travessia da pista, em meio à plantação de eucaliptos e a sinalização é boa.
Após Cocais, tivemos problemas com a sinalização, nos perdemos em uma montanha por mais de duas horas, todas as trilhas nos levavam a propriedades particulares. Por fim, encontramos uma família em um fusca, pedimos informação, uma criança (uma garota) de uns doze anos, disse que havíamos errado no pé da serra, o marco indicador estava coberto pelo mato. Assim, retornamos ao pé da serra e pegamos à estrada correta, a três quilômetros de Barão de Cocais a estrada estava sendo alterada e foi muito difícil transitar porque tem muitas pedras e estão fazendo um loteamento ou uma reserva, mas chegamos e almoçamos na churrascaria Maria Pilão, logo na entrada de Barão de Cocais.

Nossa próxima parada foi Santa Bárbara, onde chegamos muito bem. No caminho para Catas Altas tivemos problemas novamente com a sinalização e a estrada. Ao chegarmos a uma fazenda, fomos instruídos a pegar uma trilha que nos levou a um atoleiro. Nesse momento, o guia era o Daniel, que acabou atolando a moto. Percebemos que estávamos em um trecho da Estrada Real intransitável.
Após desatolar a moto do Daniel, retornamos e pegamos 13 km de asfalto até Catas Alta. Neste momento estávamos meio perdidos, então fizemos contato com um aventureiro que conhecia bem esse caminha, Guilherme de Belo Horizonte. Nosso objetivo era seguir para Santa Rita Durão pela estrada da CVRD. Após retomarmos nosso roteiro, a paisagem era montanhas de pedras, lagos e uma bela de uma bica d'água.
Chegamos a lugarejo chamado Bento Rodrigues, mais um lugar daqueles onde o dia parece ter 24 horas, uma calmaria, o único barulho que se ouvia era de nossas motos. Havia um senhor consertando uma bicicleta na calçada, paramos nos cumprimentamos, tratava-se do Sr. Geraldo, tomamos água, batemos um papinho e seguimos rumo a Camargo, outro lugarejo. A estrada nesse trecho é boa, bem conservada, mas possui algumas valas na beiras, onde o Adeildo entrou com sua moto. Mais uma vez fizemos força para tirar a moto.

Em Camargo, visitamos um chafariz e uma Igreja centenária (parece estar abandonada) e a estrada piorou. Seguimos viagem com destino a Mariana, onde chegamos à tarde e depois partimos para Ouro Preto. Encontramos Ouro Preto se preparando para festa do dia 21 de abril (dia de Tiradentes). Depois do objetivo alcançado, apreciamos um pouco da movimentação do centro e fomos para uma pousada.
Fomos parar na Pousada Inconfidência Mineira de propriedade do Braz e sua família, gente boa. Mais tarde o Braz nos levou até o centro, onde passeamos e jantamos no Restaurante "Casa do Ouvidor" tutu a mineira, com frango com quiabo.
Mariana e Ouro Preto merecem destaques pela importância na história de Minas Gerais e do Brasil. Mariana, chamada de "berço da civilização mineira", foi a primeira capital, a primeira vila, a primeira sede de bispado e a primeira cidade de Minas Gerais. Hoje, é guardiã de uma importante parte do patrimônio cultural e histórico de Minas Gerais.


Continuando nossa viagem de moto pela Estrada Real, nesse quarto dia deixamos Ouro Preto tendo como destino a cidade de Tiradentes. Seguimos pelo asfalto rumo a Ouro Branco, pegamos a BR 040 em Conselheiro Lafaiete e paramos para lanchar em um Posto.
Saímos da BR 040 e seguimos pelo asfalto, passando por Queluzito e Casa Grande, onde retomamos a estrada de terra rumo a Lagoa Dourada. Como esse trecho não tem sinalização, inicialmente achamos que havíamos nos perdido, mas no final, saímos numa estrada que dá acesso à cidade.
Quando chegamos a Lagoa Dourada, paramos em um posto de gasolina para pedir informações. Durante a conversa com os frentistas, um senhor em uma moto Honda NX bastante desgastada aproximou-se de nós. Sua simplicidade nos chamou a atenção. Tratava-se do Sr. Darci, que nos perguntou o que nós queríamos saber dizendo "meninos eu conheço tudo isso aqui". Se sentou e explicou todo o trajeto. Decidimos que iríamos almoçar e o "Sô" Darci, se prontificou a nos levar a um restaurante, e foi isso que ele fez.

Ficamos encantados com a receptividade e a simplicidade do "Sô" Darci, parece que o conhecíamos há anos. Ele nos levou até o Restaurante Imperando e disse que, enquanto nós almoçássemos, ele iria resolver um probleminha no banco e que se desse tempo ia nos guiar até a fazenda Bandeirinhas, que era caminho da casa dele. Percebemos que o Senhor Darci também é um amante do motociclismo e realmente conhecia toda aquela região da Estrada Real.
Na saída da cidade, ele juntou-se a nós repentinamente, tomando a frente numa velocidade acima da que estávamos correndo, foi muito divertido. Seguimos o Senhor Darci até a sede da fazenda "Bandeirinhas", onde fomos recepcionados pelo proprietário, o Sr. Gilmar. Quando começamos a conversa, descobrimos outra simpatia em pessoa e adepto do motociclismo. Imediatamente começou a desenhar o mapa do nosso percurso à frente.
Sem a ajuda dessas duas pessoas, certamente teríamos muita dificuldade para achar a rota certa, a sinalização não existe e tem muito desvio. Em um desses desvios, o Adeildo sofreu uma queda por causa de um tronco, mas foram só o susto e alguns arranhões na moto. Passamos pela fazenda do Sr. Olegário e a estrada estava melhor.

Passamos por um local onde funciona um atelier de dois irmãos escultores. Os irmãos Guto e Tiago esculpem animais em madeira. Havia duas esculturas de leões de 3,5 X 1,8. Vale a pena acessar o site deles: www.gutoprados.art.br.
Depois de cinco quilômetros, chegamos à cidade de Prado, por onde passamos rapidamente e depois seguimos para Bichinho, já bem próximo a Tiradentes. Paramos na lanchonete "Pau de Angu" e mais tarde chegamos a Tiradentes.
Procuramos a Pousada da Bia, onde fomos muito bem recebidos pela própria Bia e a Elisete (que foi uma mãe para nós). Abusando da hospitalidade, pedimos para lavar as roupas, pois estávamos imundos, inclusive as motos.
Depois de instalados, fomos fazer um tour pela cidade, jantamos no restaurante "Vovó e Cia" onde fomos muito bem atendidos pelo garçom chamado Eliseu. Conhecemos também um aventureiro chamado Pedro, que encontramos no seu bar "Baloarte" (um lugar decorado no estilo tailandês), onde também conhecemos um americano, uma tailandesa, uma francesa e um gaúcho. Muito à vontade, Pedro começou a nos contar a suas aventuras de viagens até a Argentina com uma moto.


No dia 21 de abril, feriado de Tiradentes. A cidade estava em festa, tinha Banda de Música, cavalgada e várias atrações. Portanto, é justo fazer um destaque à cidade. Tiradentes é, com certeza, uma das mais belas cidades históricas do Estado de Minas Gerais. Caminhar pela pequena cidade, curtindo cada passo, é sentir o sabor e o aroma das Minas Gerais.
Nossa programação era permanecer na cidade boa parte do dia, então resolvemos lavar as motos, coitadas, já estavam pedindo um cuidado. Procuramos o Lava Jato do Paulinho, que já na chegada, foi nos recepcionando e dizendo que é apaixonado por moto, furou a fila e nos deu preferência. Lavamos as máquinas e conversamos bastante.
Assistimos à cavalgada com aproximadamente quinhentos cavaleiros, muita gente nas ruas, ônibus de excursões e turistas de todos os tipos. Permanecemos um tempo na praça central, onde a banda da Polícia Militar estava tocando, lanchamos e resolvemos seguir viagem, retornamos à Pousada para nos prepararmos, onde encontramos mais um aventureiro em duas rodas, o Sininho, ai a conversa rendeu.

Continuando nossa viagem de moto pela Estrada Real, à tarde partimos rumo a Carrancas. Passamos por São João Del Rei, Santa Cruz de Minas, retomamos a estrada de terra com destino a Caquende, às margens do lago de furnas, onde pegamos a balsa para atravessar até a Capela do Saco. Na chegada da balsa, encontramos várias pessoas se banhando, pescando e apreciando aquele lago imenso, todos muitos simpáticos e curiosos com nossa aventura. Tomamos um refrigerante no Bar do Pinguinha em Capela do Saco, uma figura que nos divertiu muito. "Se sobrar, eu vendo, se faltar, eu compro" era Slogan do seu boteco.
Após Capela do Saco a estrada é boa, mas sem sinalização e existem várias encruzilhadas. Não tivemos problema, mas é um trecho que requer atenção para não se perder. A cinco quilômetros de Carrancas a Moto do Adeildo furou o pneu traseiro. O trecho até a cidade é de asfalto. Utilizamos um produto para reparar pneus e conseguimos chegar a Carrancas, onde procuramos uma borracharia. Pneu consertado, fomos para a Pousada Roda Viva, de propriedade do Sr. Ivan, onde fomos recepcionados uma comida especial e as acomodações são ótimas.


Hoje foi o dia de visitar as cachoeiras de Carrancas e também fazer o percurso até a cidade Passa Quatro, a última do Estado de Minas Gerais que iríamos visitar durante nossa viagem de moto pela Estrada Real.
O Sr. Ivan, com muita cortesia, fez questão de nos orientar sobre como chegaríamos ao nosso destino. Fez também um mapa sobre como deveríamos fazer para chegarmos às cachoeiras, que ficam a 4,5 km distantes da cidade e partimos. Não imaginávamos que iríamos encontrar tanta beleza.
As Cachoeiras de Carrancas merecem uma nova visita. Não tem como descrever a beleza natural daquele lugar. São tão bonitas que a Rede Globo fez do conjunto de cachoeiras cenário para várias cenas de novelas e mini séries, como a novela Alma Gêmea.

O acesso não é muito difícil, o esforço físico é médio, existem trilhas entre as pedras e a vegetação e não tem risco de se perder. No entanto, não é recomendável para pessoas com dificuldades de se locomover.
A primeira cachoeira visitada foi a "Cachoeira da Fumaça" que serviu de cenário para a citada novela da globo. Diante te tanta beleza, não é possível resistir a um mergulho nessas águas transparentes e frias. Na Cachoeira Véu de Noiva, o Daniel e Adeildo se banharam.
Depois fomos para a Cachoeira da Esmeralda, que fica a 9 km de Carrancas. Como é localizada em uma área particular, é preciso abrir tronqueiras de arame para ter acesso.
Nela encontramos várias pessoas acampadas e visitantes. Na trilha de entrada para a cachoeira existe um bar, onde é servida uma comida simples, mas muito boa.
Seguimos nossa expedição pelas cachoeiras. As trilhas são sinuosas e existem muitas pedras. As fotos demonstram a beleza do lugar.

Às 13 horas retornamos para a estrada de terra com destino a Cruzília. Nesse trecho de 60 km a estrada é boa, mas requer cuidado com os mata burros, que são construídos no sentido longitudinal à estrada, dificultando a passagem de motos. Para piorar, no centro não possuem vigas, existe um buraco, que podem provocar acidentes. Neste trecho nos despedimos da estrada de terra, a qual retomais em Cruzília.
Neste caminho, cruzamos estrada de ferro, avistamos uma velha fazenda que foi transformada em Hotel Fazenda Triatuba, que é aberta a visitação, mas não tínhamos tempo.
Na chegada a Cruzília, fomos surpreendidos por um mal tempo, dessa vez não escapamos da chuva. Abastecemos as motos e seguimos passando por Caxambu e Pouso Alto, debaixo uma chuva muito fria, até finalmente chegarmos a Passa Quatro.
Na cidade, iniciamos a busca por uma pousada. Encontramos a Pousada São Rafael, de propriedade do Sr. César Saullo, (www.hotelpousadasaorafael.com.br), que também é fotógrafo e seu trabalho pode ser apreciado através das fotos da pousada que estão no site. As instalações da Pousada são ótimas, com destaque especial para as toalhas e roupas de cama, cheirosas e macias, vale a pena hospedar lá.
À noite, saímos a procura de um bom restaurante, o Sr. César nos recomendou uma Cantina Italiana, onde nos esbaldamos no filé a parmegiana, acompanhado de um cálice de vinho.


Dia 23 de abril, foi o dia programado para chegarmos a Paraty, destino final da nossa viagem de moto pela Estrada Real.
Deixamos Passa Quatro, passamos pelas cidades de Cruzeiro, Cachoeira Paulista e Cana, onde pegamos a Via Dutra para um percurso de 20 km até Guaratinguetá.
O trecho da Via Dutra foi um dos mais tranquilos. Em Guaratinguetá, pegamos a estrada para Cunha, onde já chegamos meio eufóricos, lembrando que nos restavam apenas 90 km para nossa chegada a Paraty.
O trecho de 43 km até Cunha também foi muito tranqüilo, a estrada não tem muito trânsito. Para conter um pouco a ansiedade para a chegada, paramos em uma lanchonete (rancho) no alto da serra chamada Tudo da Roça, onde encontramos muita coisa caseira, doces e quitandas. Lanchamos e seguimos viagem. O trecho de Cunha a Paraty, de 47 km, é sinuoso e com muitas curvas, mas proporciona uma paisagem da serra do mar inigualável e indescritível.

O trecho de 9 km de descida da Serra do Mar antes de chegar a Paraty é de pedra e cascalho solto, muito perigoso. Descemos em velocidade reduzida e com muito cuidado, não poderíamos cair no final da viagem. A visão da serra é uma coisa fantástica.
Chegamos a Paraty e a euforia tomou conta de nós. Hora de ligar para a família e anunciar que completamos a nossa tão sonhada viagem.
A hospedagem em Paraty é muito cara. Para não correr risco, procuramos um guia credenciado, que nos indicou várias pousadas, até escolhermos a Pousada do Forte (www.hoteldoforteparaty.com.br), um pouco mais cara, mas muito boa.
Almoçamos no restaurante Chafariz um filé de peixe grelhado, uma delícia e no final da tarde fomos conhecer a famosa cidade, que também merece um destaque pela sua importância na história do Brasil.


Começamos o dia com uma caminhada no calçadão das praias de Paraty e contratamos um passeio de escuna pela baía de Paraty. O passeio de barco foi simplesmente fantástico, conhecemos várias ilhas, os guias contavam a história de cada uma, mergulhamos em águas claras com muitos peixes ao redor, almoçamos no barco uma comida muito boa feita pela Fofa.
Retornamos à tarde e preparamos as motos para a viagem de volta no dia seguinte. Graças ao bom Deus, chegamos muito bem a nossas casas em Governador Valadares, depois de percorrer o Caminho dos Diamantes, durante uma incrível viagem de moto pela Estrada Real.

Agradecimentos

Agradecemos ao Pai Maior nosso Deus que nos atendeu em tudo que pedimos, nos deu segurança e proteção e colocou em nosso caminho criaturas como o Guilherme – BH, Sr. Ivan, Taciana, Pinguinha, Sr. Darci, Sr. Gilmar, Bia, Elisete, Sininho, Pedro, Paulinho, Elieu, Sr. Cezar e Eustáquio. Sem essas pessoas nosso passeio certamente não seria completo. Encontramos na Estrada Real o verdadeiro sentido de humildade, sinceridade, dedicação, respeito, talento, cortesia, prestatividade, amizade e, principalmente, compreensão.
Nossos agradecimentos a elas, nossas esposas, Natália, Roberta e Heliana, que compreenderam, nos incentivaram e nos acolheram de volta com carinho e amor, que não nos deixe faltar nunca.


https://viagemdemoto.com/estrada-real/2815-estrada-real-paraty

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