Teste Blusão Alpinestars Andes II



Sempre gostei de blusões e casacos para andar de moto e afins, mesmo que fossem apenas “adaptados”! Ainda era um adolescente e já os apreciava, bastava pensar no que Tom Cruise usou no inolvidável TopGun, no já longínquo ano de 1985, montado na emblemática GPZ 900R. Com o passar dos anos a paixão não esmoreceu e hoje continua mais viva que nunca…

De entre todos, os blusões, os do tipo touring e aventura são dos meus favoritos atualmente e percebe-se facilmente porquê: é que assim que visto um, já me sinto a viajar, como canta o Pedro Abrunhosa! É como se fosse um convite irresistível para a evasão e aventura! Pegar na mota e sair mundo fora, ávido de desafios e de conhecer novos destinos!

Além disso, estes blusões costumam apresentar várias caraterísticas que os tornam muito atrativos:oferecem boa proteção em caso de queda, mas também uma boa dose de conforto, excelente resistência às intempéries, nomeadamente chuva e frio sem deixarem de ser respiráveis, faixas refletoras, vários espaços para arrumação… até o corte costuma ser de bom gosto e os acabamentos a condizer, podendo ainda ser usados com as respetivas calças, formando um conjunto bastante apelativo!
Desta vez trago-lhe a minha avaliação do blusão Alpinestars Andes V2.
Para não variar, estamos perante mais uma marca italiana. Já com um historial longo, a Alpinestars começou a sua atividade em 1963, na cidade de Asolo. Foi fundada por Sante Mazzarolo e começou por produzir equipamentos de esqui. O nome atual, que poderíamos traduzir por “Estrela dos Alpes”, resulta da tradução para Inglês do nome da flor típica daquela região montanhosa de Itália, que cresce entre 1.300 e 3.000 metros de altitude: a Edelvais ou Edelweiss (para nós, pé de leão), nome que muitos se devem lembrar por causa do filme clássico Música no Coração.

No decorrer dos anos a marca alargou de tal modo a oferta que, na atualidade, é um dos maiores especialistas do mercado em equipamentos de proteção e segurança para motociclistas e não só! Abrange gamas de equipamento e proteções para estrada, fora de estrada, aventura, motocross, vestuário casual, linha específica para senhoras e até acessórios, como relógios, cintos, mochilas ou sacos de viagem!


O blusão de aventura Andes V2 tem um nome muito sugestivo (maior cordilheira montanhosa do mundo, com cerca de 8.000 km de comprimento e um verdadeiro desafio para qualquer motociclista). Este equipamento é fabricado com tecido Drystar®, e apresenta uma grande versatilidade, inclusive para usar no dia a dia, garantindo 100% de impermeabilização e grandes níveis de respirabilidade, mesmo em condições mais exigentes.

A escolha por este padrão de cores (cinza claro, cinza e preto) teve a ver com o gosto pessoal, mas assumo que não foi uma escolha (muito) feliz: as tonalidades mais claras, como esta, sujam-se imenso e sendo um blusão mais do tipo aventureiro… ainda pior! Para o meu tipo de uso, hoje preferiria um padrão um pouco mais escuro (verde militar, vermelho e preto), que resiste melhor ao assédio de mosquitos esborrachados, lama, pó, contatos com a vegetação e a sujidade projetada por outros veículos…

Quanto à eterna questão dos tamanhos, nada ocupa o lugar do teste prévio. Ia indeciso entre o L e o XL, mas rapidamente percebi que a opção L seria suficiente, neste caso. Ou seja, este modelo em particular, para a minha compleição física, veste mais para o grande e o facto de ser mais comprido ajuda a isso mesmo.
O Andes V2 é um blusão bastante completo, nem poderia ser diferente nesta gama de preços destinada a honrar os pergaminhos da marca. Tem imensos bolsos internos e externos, várias opções de ajuste, proteções removíveis, um eficaz sistema de ventilação à frente e atrás (DVS), forro removível (com bolsos) e o útil bolso para arrumação do forro, nas costas, onde nem se esqueceram de alertar que, em caso de queda, este bolso ter objetos no seu interior, pode aumentar a gravidade das lesões, o que é verdade.

Porém, como em tudo na vida, nada é perfeito. Há algumas críticas: o fecho central “zipper” que na zona do peito tem tendência para “encravar” prendendo-se no forro (o truque é usar a outra mão para desviar o forro) e o facto de não ter qualquer sistema de ajuste  na zona inferior, ao nível da anca. Na prática, a velocidades um pouco mais elevadas, o ar tem a tendência para se “infiltrar”, por baixo, causando um efeito de insuflação, parecendo que ficamos ligeiramente “inchados”.

Além disso, as várias superfícies de velcro tendem a “prender-se” umas nas outras com grande facilidade, algo que é muito comum também em produtos do género de outros fabricantes e que é praticamente inevitável.

É um excelente blusão do tipo aventureiro, mas que pode perfeitamente ser usado no dia-a-dia, sobretudo em condições climatéricas um pouco mais adversas, mas a sua génese é mesmo de aventura e tem todos os requisitos necessários para isso, mesmo ao longo das quatro estações do ano!

Nota menos positiva ainda para o fabricante, por não ter resistido à força da globalização. Está lá o made in Bangladesh. Não que isso seja uma coisa forçosamente má, até porque temos de acreditar no controlo de qualidade e que não existem práticas ilegais, como o trabalho infantil ou o desrespeito pelo ambiente, em todo o processo de confecção, mas fica sempre a dúvida.

Resumindo, está aqui uma excelente escolha para quem procura um blusão que tanto pode ser usado para a aventura, viagens mais longas, como para usar diariamente! Já não é propriamente barato (preços recomendados acima dos 200€) e o facto de existir em tamanhos do S ao 4XL é a garantia de que se pode adequar a qualquer compleição física.

Mais detalhes sobre o mesmo podem ser encontrados no site do importador, podendo inclusive proceder-se ao download do catálogo de todos os produtos Alpinestars. Neste caso específico, todos os detalhes do mesmo estão na página 80.

Pedro Pereira

https://www.andardemoto.com.br/acessorios-equipamentos-motociclismo/noticias/45109-teste-blusao-alpinestars-andes-ii/

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