Yamaha Ténéré – a história da motocicleta e seus modelos

 



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A motocicleta todo terreno mais famosa da Yamaha, e provavelmente entre todas de mesma proposta, nasceu da evolução de uma legítima campeã, a Yamaha XT 500, nascida em 1974 e vencedora das duas primeiras competições do Rally Paris Dakar em 1979 e 1980 pilotada, em ambas as ocasiões, pelo piloto francês Cyril Neveu.

Yamaha XT 500 foi um sucesso estrondoso justamente por conta de suas vitórias na competição fora de estrada mais casca grossa do mundo e acabou sendo também a grande responsável por catapultar a imagem da fabricante no cenário mundial. O fato de ser tocada por um piloto francês não passou batido, a XT 500 vendeu como água na França até o encerramento da produção.
O modelo perdurou até 1989 quase que inalterado. Uma das únicas modificações ao longo do tempo ocorreu em 1982 quando o motor aumentou sua capacidade para 550cc e ganhou mais duas válvulas (mais uma de admissão e mais uma de exaustão). As alterações do modelo de rua para o modelo da competição no Paris Dakar eram significativas. Obviamente, um tanque com maior capacidade, feio como o diabo, todo quadradão (e que aparentemente guiou o design, mais bem acabado, do tanque das sucessoras XT Ténéré); um banco mais humano e confortável pra rodar por horas; uma curva de escape saindo pela lateral, provavelmente para evitar batidas e danos se saísse por baixo e um para-lama dianteiro gigantesco dançando na boquinha da garrafa e indo até quase o chão. Na competição, o mais importante era a durabilidade e confiabilidade da motocicleta e muito menos a performance. Tanto o é que a XT 500 com seu motor de 499cc desenvolvia tímidos 27 cavalos e conseguia empurrá-la a pouco mais de 130 km/h.
Eis que então, em 1983, surge a sucessora Yamaha XT 600, uma completa evolução tecnológica com direito à novidade da suspensão monoshock, balança em alumínio, freio a disco na dianteira e motor de 595cc refrigerado a ar gerando 45 cavalos. E, claro, com a base da XT 600, nasceu a variação chamada Ténéré, nome que evocava sua antecessora espiritual XT 500 que desbravou as areias do deserto nos anos anteriores. Ténéré era justamente o nome de um região de 400.000 quilômetros quadrados no deserto do Sahara. Ténéré significa, ora vejam só, “deserto” na língua do povo Tuareg.

Filha da XT 500: XT 600 que viria a tornar-se a base para o mítico nome Ténéré

XT 600 Ténéré: a XT 600 de roupa nova

As diferenças entre as XT e as Ténéré ao longo do tempo, em seus muitos modelos, eram na maioria estéticas sendo que a mais aparente era sempre o tanque de capacidade maior. O sucesso das motocicletas do deserto foi tanto que mexeu com o orgulho da concorrente Honda que, em 1988, se mexeu e tratou de lançar uma concorrente direta, a Africa Twin (você pode ler sobre a história dela aqui no Motocultura).


Africa Twin da Honda: nada como a inveja pra mover montanhas…

Os modelos foram sofrendo pequenas mudanças ao longo dos anos e em 1986 a motocicleta ganhou a partida elétrica com a XT 600 E. Mas um pedal fazia falta e a Yamaha tratou de trazer o item old school de volta mesmo com a moto podendo ser ligada com o simples apertar de um botão (convenhamos que um pedal de partida é essencial pra qualquer moto de grande porte quando a bateria se vai).

Tanto as XTs quanto suas irmãs XT Ténéré ficaram conhecidas por sua robustez e confiabilidade. Histórias de motores com mais de 100.000 Km nunca abertos e funcionando perfeitamente eram bastante comuns.

Em 89, como parte da eterna rixa entre Honda e Yamaha, chegou a XTZ 750 Super Teneré, justamente para não fazer feio frente a Honda Africa Twin lançada no ano anterior. Era uma moto completamente diferente das 600. Seu motor bicilíndrico refrigerado a água desenvolvia 70 cavalos.

A Super Ténéré também contava com a tecnologia da Yamaha chamada Genesis que era, basicamente, a disposição de 5 válvulas por cilindro, três de admissão e duas de exaustão. A tecnologia não era nova, surgiu em 84 com a notória Yamaha FZ 750. A grosso modo, o tamanho das válvulas é um limitador de rpm nos motores à combustão interna e, por isso, quanto mais distribuído o volume das válvulas em número delas, maior o rpm que o motor pode alcançar. Mais ou menos como a relação entre o número de cilindros e desenvolvimento de potência em alta rotação.


Suas irmãs de competição, denominadas YZE750T e YZE750T, venceram sete vezes o Paris Dakar. A Super Ténéré Foi fabricada até 1996.


YZE750T: as profissionais de competição

A partir de 1988 as Ténéré 600 ganharam algumas novidades como para-lama baixo e conjunto com dois faróis (além de um suporte de estribo decente para o pobre garupa).



Ténéré 600 1990

Uma Ténéré 660 chegou em 1991, ainda com um cilindro mas agora com cinco válvulas e mais algumas modernidades. Porém este modelo especificamente nunca veio para o Brasil oficialmente.


Yamaha XTZ 660 Ténéré: nunca falou português

Por conta disso, depois que as Super Ténéré saíram de cena em 96, as motos do deserto só voltaram a dar as caras por aqui em 2011 com a chegada da phyna e chique big trail Super Ténéré XT 1200 Z, uma bicilíndrica de 110 cavalos desenvolvida do zero para concorrer com o sucesso da BMW R 1200 GS no segmento das grandes todo terreno, digamos, de luxo.

Já em 2012 chega por aqui a nova monocilíndrica XT 600 Z Teneré, que lá fora já rodava desde 2008. Era basicamente, como manda a tradição, uma Yamaha XT 660R (amada por aqui) vestida de Lawrence da Arábia. A alegria durou pouco. As regulações de emissão de poluentes cada vez mais rígidas obrigaram a Yamaha a descontinuar ambas as motos em 2018 pois seu motor já era um projeto relativamente antigo e sem muita margem de manobra para adaptações sem que se perdesse drasticamente potência e desempenho.

Mas como a Yamaha não é boba, já estava de olho na sua MT-07 com a intenção de reviver a Ténéré mais uma vez. E assim foi feito. A Ténéré 700 deu as caras já em 2016 na feira EICMA como um protótipo chamado T7. A produção começou em 2018 e chegou ao mercado em 2020. Aqui no Brasil promete fazer uma visita em 2021, dizem. O modelo, super moderno com o motor da MT07 com seus 74 cavalos, teoricamente é uma big trail não tão big que vai concorrer em nosso mercado, principalmente com a BMW F 850 GS e a Triumph Tiger 800, consideradas big médias.


O protótipo T7 que viria a ser a nova Ténéré 700


Tènéré 700: uma MT 07 pra subir barranco

Honrando a tradição e origem do nome Ténéré, a Yamaha também lançou uma versão rally de sua 700cc, com o grafismo, obviamente, remetendo ao grafismo que decorou as vencedoras do Paris Dakar.

O sobrenome Ténéré fez tanto sucesso por aqui, assim como pelo mundo afora, que até a Yamaha XT 250 herdou o título na forma da Yamaha Ténéré 250,desenvolvida pela Yamaha do Brasil. Era basicamente uma Lander com trajes de aventura. A Ténérézinha chegou em 2011 e foi embora em 2018.


Ténéré 250: a única pequena a herdar o nome das gigantes

Todas as Yamaha Téneré

Uma linha do tempo das Ténéré feita pela própria Yamaha. Perceba que a pequena 250 não está lá pois foi pensada exclusivamente para o mercado brasileiro. (Clique na imagem para ver maior)

O fato é que nem todas as fabricantes conseguem o feito da Yamaha. Ténéré é provavelmente uma das palavras mais lembradas quando o assunto é motocicleta de uso misto. Mérito, provavelmente, das muitas qualidades dos modelos bem como sua fama em competições pelo mundo e histórias e mais histórias de quem rodou em uma. É muito comum em papos de duas rodas perceber que muitos já tiveram uma Ténéré como sonho de consumo ou que ainda sonham com uma.


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