Viagem de moto em comboio: as 10 regras de ouro

 


Passear ou viajar de moto é algo muito prazeroso. Muita gente prefere fazer isso sozinho ou em dupla, mas há quem goste também de juntar um grupo bacana para dar uma "motocada" estrada afora. Mas pegar a estrada de moto em comboio (ou "trem", como muitos chamam) é outra pegada, e essa atividade requer mais cuidados, pois a dinâmica na estrada muda totalmente.

Porém, não é algo difícil se a coisa toda for combinada previamente. Elencamos aqui os principais cuidados que os caros motoqueiros e motociclistas devem tomar para que todos tenham a segurança garantida e o passeio ou viagem seja divertido e seguro.

10 regras para a sua viagem de moto em comboio

1. Documentos e veículos

Deveria ser desnecessário avisar, mas sempre cabe o alerta: cada piloto deve estar devidamente habilitado e com os documentos da motocicleta absolutamente em dia. Além disso, a moto (e ai independente da viagem ser em comboio ou não) deve estar em bom estado e com todas as funções básicas - farol, piscas, luz de freio, buzina - em funcionamento.

Vale dar uma conferida em cabos, fluidos e relação antes de sair para passear. Ficar enguiçado na estrada ou "detido" no posto policial por pequenos vacilos e atrapalhar a viagem do grupo são coisas bem desagradáveis para todos.

2. Ponto de encontro

Deve ser, de preferência, em um local de fácil acesso para todos e com alguma estrutura - loja de conveniência e banheiros, principalmente. Marque um horário de encontro com partida para cerca de 40 minutos depois. Os participantes vão chegar, bater um papo e tomar um café, e isso sempre demanda algum tempo. Importante: todos devem calibrar pneus no ponto de partida - e também abastecer, para que todos contem quilometragem similar ao longo do rolé.

3. Briefing

Antes da partida, o "líder" (aquele que puxará o comboio) deve falar sobre o trajeto: distâncias total e parciais, situação da estrada e pontos de parada para abastecimento e almoço, entre outros aspectos. Isso permite que todos se programem mentalmente e tranquiliza os menos experientes. Deve, também, estabelecer a posição de cada moto no "trem" e combinar os gestos que sinalizam situações na estrada, como buracos na pista, quebra-molas e piso escorregadio.

4. Posições no comboio

O ideal é não misturar motocicletas com perfis extremamente diferentes - principalmente motos muito potentes com modelos de baixa cilindrada. Se o "trem" andar muito devagar, a superbike será desconfortável. Se andar muito rápido, as pequenas vão "gritar". Evite que alguém seja sacrificado nesse aspecto. Se for impossível e a mistura acontecer, vale o seguinte: em viagem de moto em comboio, as pequenas vão na frente.

Também é importante levar em conta a experiência dos participantes: quem tem menos tempo de estrada não pode ficar para trás, mesmo que isso implique em ritmo mais lento. Triciclos sempre deverão ir no fim da fila, assim como carros de apoio.

A última moto do "trem" (o popular "ferrolho") deve ser pilotada por alguém experiente, com moto média ou grande, e pelo menos razoavelmente potente, para que feche a fila com segurança e possa se deslocar com rapidez em casos de emergência - por exemplo, se precisar ir lá na frente avisar alguma coisa ao líder.

5. Quantidade de motocicletas

Quanto maior o "trem", mais bonita a coisa fica. Porém, administrá-lo também fica mais complicado e a margem de segurança em certas situações diminui. Comboios com até 10 motos costumam não ter muitos problemas, mas um número acima disso talvez exija, em certos momentos, que se divida a fila em duas partes. Isso acontece principalmente em trechos muito sinuosos ou em serras, ainda mais quando aparece algum veículo mais veloz que quer ultrapassar todo mundo.

O ideal é sempre evitar que outros veículos entrem no meio do comboio, e em filas muitas grandes isso é bem mais difícil. Então, divida o trem para facilitar essas ultrapassagens e deixar os apressadinhos irem embora. Nas estradas largas, de pista dupla e mão única, um trem grande sofre menos: basta ficar na pista da direita e só ir para a esquerda quando todos puderem ultrapassar um caminhão lento, por exemplo.

6. Ao longo do trajeto da viagem de moto em comboio

O posicionamento das motos ao longo do passeio vai variar de acordo com a estrada. Em trechos de pista dupla e mão única, é mais fácil o tradicional - e melhor - posicionamento em fila alternada ou formação cruzada, quando as motos ocupam as duas faixas de rodagem de uma única pista. O líder deve ir na faixa de rodagem esquerda, de onde poderá ver com longo alcance tanto para a frente quanto para trás.

Nas estradas ou trechos de pista simples e mão dupla onde a fila alternada não for possível, adota-se a fila indiana tradicional. Nesse caso, a distância entre cada moto deve dobrar. Naturalmente os trechos percorridos serão determinantes para o posicionamento das motos ao longo da viagem.

7. O que deve ser evitado

Alguns comportamentos devem ser evitados para manter o nível de segurança de todos. Os motociclistas do "trem" devem evitar mudar de posição, encostar um no outro para falar o que não for extremamente necessário, ir para o acostamento sem sinalizar e, principalmente, exibições e peripécias.

8. O que levar

O básico do básico é sempre levar capa de chuva, mesmo que a previsão seja do mais ensolarado dos dias. Quem gosta de ser precavido também pode levar algumas ferramentas, peças sobressalentes e objetos que quebram muitos galhos, como um safa-onça para aquele cabo que parte, umas abraçadeiras de nylon para prender algo que quebre e fique pendurado e silver tape - que serve para quase tudo.

Com relação à bagagem, dependerá da duração do passeio e do destino (praia, rio ou cachoeira? Leve roupa de banho!). Mas valem os avisos básicos: volumes mais pesados ficam embaixo dos mais leves; tudo deve ficar bem preso por redinhas ou extensores (ou dentro de baús e alforges) e jamais rode com qualquer coisa "pendurada", seja mangas de casaco, tranças postiças de capacete, lenços ou echarpes, que podem se enrolar nas rodas da moto ou agravar ferimentos em caso de quedas. E, obviamente, viaje equipado: luvas, jaqueta, capacete e calça jeans ou de cordura ou de couro e calçado fechado - no mínimo um bom tênis.

9. Moto em comboio na área urbana

Algumas vezes o trajeto dos passeios inclui trechos urbanos, onde há cruzamentos e semáforos. Nesses trechos é importante que todos andem bem juntos, eventualmente até lado a lado (o que reduz o tamanho do trem à metade), para evitar que alguns fiquem para trás. Isso é quase inevitável, mas vale sempre tentar. Nas cidades desconhecidas, atenção a bueiros, buracos, radares e quebra-molas.

10. A comunicação por gestos

Existem alguns gestos que são quase universais na comunicação entre os motociclistas. Normalmente o primeiro a fazê-los é o líder do "trem", para sinalizar algo que está à frente - buraco, pista escorregadia, parada iminente, quebra-molas, animais na pista. Como quem vai mais lá atrás poderá não ver sua sinalização, é importante que seu gesto seja repetido por quem vem logo atrás, e assim sucessivamente. Desta forma, todos estarão informados.

Os principais gestos para a viagem de moto em comboio são:

  • Braço para o lado com a mão subindo e descendo: redução de velocidade.
  • Braço para o lado com a mão apontando para o chão: buraco à frente.
  • Braço para o lado com a mão fazendo movimento que simula uma "onda": quebra-molas à frente.
  • Braço para o lado com a mão fazendo movimento circulares: pista escorregadia à frente.
  • Perna esticada para lado momentaneamente: também aviso de buraco ou quebra-molas, na impossibilidade de tira a mão do guidão.
  • Braço para o lado com a mão abrindo e fechando: alguém esqueceu o pisca ligado...
  • Braço para cima com a mão fazendo "V" com dois dedos: "trem" em fila alternada.
  • Braço para cima com a mão fazendo sinal com um dedo para cima: trem em fila indiana simples.
  • Braço para cima, mas levemente dobrado para a esquerda ou para a direita: saída da pista adiante, para conversão ou entrada em posto de combustível, por exemplo.
  • Braço esticado para o lado com dois dedos esticados estilo "paz e amor": é o tradicional cumprimento entre dois motociclistas quando se cruzam em direções opostas na estrada. Não é obrigatório, mas pratique: afinal, gentileza gera gentileza!

  • Além das dicas acima, existem muitas outras que reforçam a segurança e o prazer de uma viagem de moto em grupo. Muitas aprendemos durante os próprios passeios. Mas essas são as principais. Tente segui-las e boas estradas!




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