Isto não é sobre marcas... é sobre a manutenção que lhe dás.



No que toca ao Offroad/TT, uma das perguntas que mais vezes me fazem é: - Quando é que trocas de moto? E normalmente eu respondo com outra pergunta: - Porquê?

As respostas são das mais criativas possíveis... ora vejamos: essa moto é fraquinha. Está na altura de apostares numa marca austríaca. Precisas de uma moto com mais cilindrada. Com essa moto jamais conseguirás ir a Marrocos.


Suspiro, reviro os olhos e preparo-me para a “lengalenga” que já sei de cor. Sim, a minha moto é de uma marca portuguesa que quando entrou no mercado, ninguém dava nada por ela. Felizmente as mentalidades já começam a mudar, mas ainda há quem tenha dúvidas.
A minha moto já participou em 5 Portugal de Lés a Lés Offroad e em 2 Top to Button’s, estamos a falar de trajetos com cerca de 1.000km em apenas 3 dias, dando um total de 7.000km. Foi uma valente coça? Oh se foi... Fez duas expedições a Marrocos e subiu as dunas de Merzouga, lado a lado com as marcas austríacas e suecas, com o dobro da cilindrada da minha... e não ficou nada atrás. Já participou inúmeras vezes no “Nosso Dakar”, “Adventure Days”, “Travelers Event” e muitos outros passeios organizados e “desorganizados”. Continua a rodar, a fazer trilhas, a subir serras, dunas, a atravessar rios e a desbravar planícies. Ao final de 5 anos, só abriu o motor uma única vez e não foi para reparar o motor, foi para reparar os carretos da bomba de óleo.

O olhar incrédulo de quem ouve isto é evidente... e segue-se a próxima pergunta que também já sei de cor:
- Como é que isso é possível?
A resposta é fácil: isto não é sobre marcas... é sobre a manutenção que lhes dás. Costuma-se dizer que quem ama, cuida, e com as motos não é diferente, especialmente para os(as) praticantes de Offroad/TT onde são exigidos outro tipo de cuidados mais específicos quando comparados com os cuidados das motos de estrada: mudar o óleo a cada 1.000km, limpar o filtro após cada volta, fazer uma boa lavagem e lubrificação logo a seguir aos passeios (e não é amanhã nem para a semana, é logo a seguir aos passeios), usar bons produtos, verificar os apertos regularmente, verificar a pressão dos pneus (especialmente para quem não usa mousses), ter a corrente bem lubrificada e com a folga correta para prolongar a vida do kit de transmissão. 

Após uma queda (como deve calcular, acontece com bastante frequência), é necessário verificar os danos e concertar. Não vale a pena fazer “remendos” nem andar com a moto “mais ou menos” para depois ter problemas maiores. Obviamente existem outras coisas que se pode fazer para melhorar a condução e prolongar a vida da moto tais como ter uma boa suspensão, preparada e adaptada ao peso e altura de cada um(a), tornar os comandos, a embraiagem e o cabo de aceleração mais leves, entre outras coisas... mas mais uma vez, isto não tem rigorosamente nada a ver com a marca mas sim com a manutenção que lhe dás.

Ninguém está livre de ter uma avaria (nem mesmo eu com todos estes cuidados) mas se pudermos evitar alguns contratempos, é exatamente isso que devemos fazer. Não troco a minha moto até ter motivos reais que justifiquem porque até ao dia de hoje, os 30.000km da minha moto só me dão motivos para continuar com ela. Está aqui para as curvas! E lembre-se: isto não é sobre marcas... é sobre a manutenção que lhes dás. Cuide bem dela!


https://www.andardemoto.com.br/opinioes/47292-isto-nao-e-sobre-marcas-e-sobre-a-manutencao-que-lhe-das/

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